D E S O L A D O
Conto-te uma estória
Um tanto inglória,
Tal a face Vera
Do que fora e já não era;
Do caminho torto
Que julguei perfeito
Num sofrido aborto
Acabou desfeito;
Da aparência esmera,
Sobrepondo a fera,
Zumbir a enxame
E almejar madame.
Da essência tosca
Refulgir em farda,
Sapiência fosca,
Eminência parda:
Ao ego irrepleto,
Rés do chão ao teto,
Acenou perfume,
Entregou estrume;
Pobre vagalume
Ao piscar sua luz
A lumiar negrume,
Recebeu sua cruz;
Conjunção querida,
Relação doída,
Falação inútil
E atitude fútil;
Conivência falha,
Companhia nula,
Infeliz batalha
A solução anula.
Só encheu o saco,
Coração em caco,
Comunhão negada,
Solidão dobrada.
CPN,25-26/08/1998 MARCOS RS RAMASCO
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