B A T A L H A S do D I A
(Menção honrosa no concurso de melhor poesia de 2002/2003-prêmio Bernardo de Oliveira Martins) (do livro :TRIST’ANJO)
Venço o sono
Sem abono
E arredo o pé,
Mas vou na fé.
Venço a fome
Que consome,
Sem alento
E com lamento.
Venço a dor
E sou relator
De pesado processo
E amargo insucesso.
Venço as horas,
Batendo esporas,
Minuto à minuto,
Luta e luto.
Venço o ranço
Dos chefes ou danço,
Aqui, acolá e de fato,
O que me resta eu acato.
Venço o cansaço,
Na força, no braço
E ao fim do desgaste
Está pago o resgate.
Perco o juízo,
O rumo e o piso;
É o parco salário
Do soldado involuntário.
Perco o dia,
Falida fatia
De muito empenho,
Inútil engenho.
Batalha, passada
No dia, travada,
Com a noite, cessada
Sem glória, sem nada . . .
Sem glória, sem nada . . .
Sem glória, sem nada . . .
CPN,13-14-15/05/2003 MARCOS RS RAMASCO.
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