D E S N U D A
Estar surpreso
Com ódio manifesto,
Ficando indefeso
No serviço que presto.
Julgar que de doçura
Tua alma fosse feita,
Jamais a amargura
Tão insuspeita.
Pensar: não existe
Tal ser angelical;
Foi apenas despiste
Com tom proposital.
Ao deixar ver e mostrar
A face limpa, desnuda,
Fazendo ocultar,
Outra que iluda
E restar posto,
Assim e afinal,
Humano rosto,
Singular e mortal.
F.V.24/08/2004 MARCOS RS RAMASCO.
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