B U S C A
Ao sentir levemente
Que deixei de te amar,
Não posso conceber,
Em busca de amor, saio a correr.
Eu corro, mas corro de mim,
Corro do mundo,
Corro no mundo
E não acho um fim.
Eu olho aos lados,
Em torno de mim,
Procuro o infinito,
Será mais bonito ?
Enquanto no mundo estiver
Nada mais, sem ti, é bonito;
Guerras, mortes, política
E sem amor, aqui não posso viver.
E assim meditando,
Continuei correndo,
Entre maldades me perdendo,
Sem esperança, olhando e buscando . . .
Por onde percorri,
Trevas encontrei,
Por desertos andei,
Só frio senti . . .
E correndo ao nada,
Em meus olhos, lágrimas tristes
E a lembrança: ainda te amo;
Mas é tarde, não posso mais voltar.
Nada vejo na escuridão,
O horizonte é negridão,
O coração sofrente
E a mente dormente.
Mas sigo em frente,
Sinto frio em pleno nevoeiro;
Tudo clareia de repente,
A mente volta ao comando.
Não mais sofro o amor,
Murchou em mim essa flor;
Mas ainda sinto-me perdido
E corro mais e mais p’ra achar-me . . .
. . . tudo é claro agora,
Vejo as coisas mas nada avisto
Apavoro-me com isto
E então tudo fica bonito !!!
Achei o infinito !!!
Que é lindo, o próprio paraíso !!!
Todavia, o que é bom dura pouco,
Havia parado, saí correndo como louco . . . e
Vi . . . vi um lindo campo em flor,
Percorri o campo em flor,
Deparei com um muro alto,
Pulei o muro alto
E encontrei a solidão . . . . . . . . .
CPN, / /1969 MARCOS RS RAMASCO.
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