D E S P I
Para banhar-me de ti, despi o manto da paixão
E joguei num canto qualquer no chão,
Bebi o último gole de ilusão
E por ti chorei a última lágrima de afeição.
Já debaixo da gostosa água quente,
Comecei limpar-me da loucura ardente
E aquecer-me das palavras frias,
Que disseste tantas e eu ainda ouvia.
No ritmo cálido da água a escorrer
Pelo meu corpo, junto a meu pranto e a espuma,
Vi a última gota de amor a morrer.
Banhei-me de ti e deixei de sofrer,
Lavei-me de ti e não sinto saudade alguma,
Enxuguei-me e vesti o manto do viver.
PAULÍNIA,21/12/1984 - MARCOS RS RAMASCO.
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