C O R R E N T E C O N T Í N U A
Na ponta de lá,
Estrondo-volume,
Na ponta de cá,
O brilho do lume.
No pulso que passa,
Contínua corrente,
O pulso já passa,
‘tá frio ou ´tá quente.
No dia na casa,
Pulsando premente,
No dia da casa,
É sangue fervente.
Já move o inerte,
Mistura, tritura,
Remove e repete,
Prepara e apura.
Num clique já sai
E o escuro está claro,
Num clique se esvai
‘tá duro, ‘tá caro.
Se liga e acende,
Janela de sol;
Desliga e arrepende,
Sua luz é farol.
No ponto de luz,
Energia vivente,
À noite traduz
O dia p’ra gente.
Ali na parede
Ao alcance da mão,
Elétrica rede,
É sim ou é não.
Os fios na rua
Do poste energia,
Certeza é crua,
A vida recria
Dia após dia
E noite também,
Na luta ou folia,
Nem mal e nem bem.
Noite após noite
E o dia é refém,
Sufôco e açoite,
Tem mal e tem bem.
Na ponta de cá,
Suor e ardume,
Na ponta de lá,
Só faca sem gume.
CPN,04/02/1999 –MARCOS RS RAMASCO.
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