A N J O do A M A N H E C E R
Clareou, como um dia claro
E embora fosse fato o faro,
Que se não fosse faro, era fato:
O claro faro do mato.
Então a busca no campo vasto,
Ia longa e já fora o tempo gasto;
E ao longe, a hora ia ao vento
E o cair da tarde fazia o tempo lento.
Do dia claro chegou, porém, a noite escura
Vinda da ânsia desfalecida da procura,
Na angústia de ouvir uma viva voz,
Negação altiva do negrume atroz,
E a arrepiante dor da solidão,
Açoitou a mente e sangrou o coração;
Por fé em DEUS no entanto, ousou persistir,
Ao sol nascente veria a luz ressurgir.
Bo’esperança lúcida a curtir,
Do infinito azul brilhar e vir,
Revelador clarão desvendar a alma
E o temor insólito transformar em calma.
No olhar, presente a certeza do alvorecer
De um único dia que não pudesse esquecer,
Do ardor antigo da paixão crescente
E nada, nada mais buscar, assim . . . de
Repente . . .
Encontrado, então, frente à frente,
Na força do destino feliz e silente,
Aurora boreal que fez renascer
O amor : você, anjo do meu amanhecer.
ITAPIRA,14/11/1985 MARCOS RS RAMASCO.
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