O M A R E A G A I V O T A
O mar estava calmo . . .
O sol quedava-se ao horizonte,
Suave e lentamente descia, palmo a palmo,
Como se o viver perdesse mansamente a fonte.
No céu surgiu então . . .
Uma alva e meiga gaivota,
Singela, solitária na imensidão,
Buscando, talvez, repor sua cota.
Em redor, voando a esmo,
Voava e olhava e voava e mergulhou,
Como se desistindo de si mesmo,
Para colher no mar o que dele lha restou;
Ràpidamente ante seus olhos, o mar chegou,
Nada nele havia visto que a pudesse suster,
Porém não desanimou, continuou e enfrentou;
Inevitavelmente encontrar-se-iam . . . nada a deter . . .
O mar no entanto,como uma grande flor,se abriu;
A surprêsa e doce ave indefesa, foi envôlta . . .
Nesse instante, do fundo do mar, intensa luz refulgiu
E brilhou e brilhou e então o mar novamente se abriu
E ela voou . . . sôlta . . .
Porém já havia sentido
O brilho intenso do mar da minha luz
E nunca mais será a mesma.
CPN,19/12/1983-MARCOS RS RAMASCO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário