N O J O
Desconcentro o tempo na passagem,
Pondo à termo cruel viagem;
Descai o semblante quiçá altivo,
Mais valho morto do que vivo.
Retroativo, o olhar ainda busca,
Alguma glória que tanto fracasso ofusca,
Extenuado denodo visto idiota,
Correr de encontro à derrota.
Cessou o prazo que foi engano,
Caiu a cortina, fechou-se o pano,
Nenhuma vantagem e muito dano.
Deposto ereto em parco estojo,
Admiro a todos no meu nojo;
Corpo inerte único despojo.
F.V., / /2003-MARCOS RS RAMASCO.
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