R E S Í D U O
S D O D I A
Água, água limpa
Lava, lava, lava,
Rebusca e garimpa,
Trava a luta brava.
Dia e dia após,
Vôo raso, alto fica.
Navega a muitas,muitas noz,
Tentando melhor vida e
rica.
Retorna em exaustão,
Dispnéico, quase morto,
Disrítmico o peito, então,
Beberica um vinho do porto.
Sacode o terno, bate o pó,
Limpa a fuligem do rosto,
Tira a poeira do paletó
E das vestes o veneno suposto.
Atira-te sob o chuveiro,
Enxágua o cisco do olho,
Purifica o corpo inteiro,
Põe os pés de molho.
Seca também o teu olhar,
Tira a mancha da visão,
Apaga a nódoa do pensar,
Esquece
a mágoa e a emoção.
Evoca a duvidosa solidão,
Por troféu, acata o cansaço
E o sono como galardão;
E mais dias no mesmo compasso.
CPN,
/ / MARCOS RS RAMASCO.
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