D O R A V A N T E
Quais tantas primaveras e janeiros
Que outrora muito te alegravam,
Reconhece agora por inteiro
Que hoje, entretanto, te agravam.
Cansa-te a rotina alienatória,
Apressa-te passar tediosos dias,
Não há mais conquista satisfatória,
No horizonte, não vês o que antes vias.
Somam-se vis doenças físicas,
Pesa-te o corpanzil deletério,
Sofres insanas dores psíquicas,
Até pensas algum impropério.
Já cessaram as alvíssaras de menino,
Não almejas mais nenhuma glória,
Conforma-te com as agruras do destino,
Nem mais importa sequer deixar memória.
Depõe todas as tantas tentativas
Num muro qualquer da parca vida,
Sufoca as frustrações ainda vivas,
Desapega-te das alegrias tão iludidas.
Descansa esperançoso a alma e o espírito
No recôndito do teu DEUS forte e seguro,
Apaga essa angústia, mire-O convicto
E entrega-te, consciente, à novidade do futuro.
24/03/2012-MARCOS RS RAMASCO.
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